Congressistas de 42 nações estiveram em Portugal em Defesa da Vida.
Nos dias 7, 8 e 9 de Outubro, a sala Tejo do Meo Arena, tornou-se pequena para receber os mais de 2000 congressistas que vieram de todas as partes do mundo para assistir a um conjunto de 22 conferências proferidas por médicos, psicólogos, juristas, jornalistas, professores, engenheiros, economistas e gestores, em torno do tema: Em Defesa da Vida.
Com a Organização do Conselho Espírita Internacional e a coordenação da Federação Espírita Portuguesa, o 8º CEM teve início com dois lindíssimos momentos culturais: o vídeo de abertura, produzido por Hugo Marques, foi enriquecido pelo elegante desempenho da bailarina Isabela Faria, seguindo-se interpretações de música clássica pelo Caminus Duo – Joana Vieira Shumova, no piano e Mikhail Shumov no violoncelo.
Após a constituição da mesa inicial do congresso, tomaram a palavra cada um dos participantes da mesma: Vítor Féria (presidente da Federação Espírita Portuguesa) deu as boas vindas aos congressistas do 8º CEM e pediu a Raúl Teixeira que fizesse a prece de abertura dos trabalhos. Momento de sentida emoção que permitiu perceber o laço profundamente empático entre todos os presentes. Charles Kempf (o então secretário geral do CEI), abordou a história dos Congressos Espíritas Mundiais, a sua importância e as suas figuras históricas. Seguiu–se a muito desejada e festejada conferência de Divaldo Pereira Franco que durante cerca de uma hora, trouxe uma perspectiva histórica da busca humana pelo sentido da vida e do seu valor.
Após o intervalo, seguiu-se um bloco de palestras, dando cumprimento ao Programa estabelecido que terminaria com uma abordagem muito bem acolhida sobre o tema Eutanásia e Distanásia. Este tema foi apresentado pelo director científico da AME – Associação Médico Espírita Internacional.
A tarde do dia 7 encerraria no auditório com mais um momento cultural, desta vez a cargo da voz suave e doce da intérprete Sílvia Torres, conhecida também como Sonasfly.
Importante referir que antes dos trabalhos no auditório e durante os seus intervalos, nas outras salas, decorriam actividades: venda de livros dos muitos autores presentes e de obras importantes do espiritismo; apresentações orais com suporte digital de posters científicos que ao longo dos 3 dias focaram os seguintes temas: Epigenética (Paulo Mourinha); Musicoterapia (João Paulo Gomes); Arte (Renata Gastal Porto); Vida Animal (Edison Siqueira); Educação Espírita (Associação Dialogar); O que é a Física Quântica (Nuno Cruz); Quântica, Espiritualidade e Saúde (Moacir Lima); Homeopatia (Paulo Mourinha); Nutrição e Saúde (Ana Sofia); PO2E – Programa Orientador para a Educação Espírita de Crianças e Jovens (Ana Duarte).
Na sala de Imprensa, decorreram mais de 60 entrevistas a várias figuras do movimento espírita e conferências de imprensa.
O segundo dia do congresso (dia 8), iniciou-se com o vibrante poder vocal dos dois contratenores: Luís Peças e João Paulo Ferreira, que colocaram a sala numa atmosfera de deleite auditivo, como sempre acontece quando se escuta música de qualidade superior.
Os apresentadores anunciaram então a apresentação dos palestrantes que constituíram o painel da manhã. Após o intervalo, foi constituído um painel de diálogo para trabalhar a questão do suicídio, coordenado pela presidente da Federação Espírita dos Estados Unidos, Jussara Korngold. E a manhã terminaria com uma emocionada palestra sobre o Aborto.
Fez-se o intervalo para o almoço e, para iniciar a tarde, a harpista Helena Madeira, transportou-nos aos planos mais elevados da vida, mercê dos acordes celestiais da harpa e da sua voz encantadora.
E o Programa prosseguiu, conforme anunciado, cumprindo tempos e superando expectativas. Após o intervalo da tarde formou-se mais um painel, desta vez para dialogar sobre a Educação. Coordenado pela psicóloga e educadora Miriam Masotti Dusi, Directora responsável por esta área na Federação Espírita Brasileira.
Seguiram-se as 3 palestras individuais da tarde, que encerraria com o jornalista brasileiro, André Trigueiro, com o tema Espiritismo e Ecologia.
O dia mais preenchido do Congresso – envolveu 20 conferencistas – terminava e nem por isso se sentia desgaste ou cansaço na vasta plateia que se renovava em conversas e afetuosos abraços muito para além da última sílaba ter sido proferida pelos apresentadores da tarde.
Chegávamos então ao derradeiro dia: 9 de Outubro; dia marcado pelo auto de fé de Barcelona, que em 1861 tentou destruir ideias, mas que se ficou pela transformação de papel em cinzas.
Antes que as palestras tomassem conta do auditório, Maurício Virgens, barítono brasileiro, encheu literalmente o auditório com a pujança de um registo vocal ao mesmo tempo imponente e enternecedor.
E foi Xavier Llobet, advogado de profissão, filho de Barcelona, que lembraria os acontecimentos do Auto de Fé de Barcelona, tão distantes e, no entanto, tão perto.
Seguiu-se Jorge Godinho, presidente da Federação Espírita Brasileira e a finalizar o primeiro painel da manhã, Iris e Cláudio Sinoti fizeram uma bela homenagem: Em Louvor à Vida e ao Amor.
Foi então já com uma sensação de “fim de festa” que o grande orador baiano tomou a palavra para fazer uma súmula acerca dos temas do 8º Congresso Espírita Mundial e da necessária responsabilização pessoal de cada espírita que, ouvindo os conteúdos, precisa de os transformar em atitudes diárias. Para enorme alegria dos congressistas que enchiam completamente a Sala Tejo, o Mundo Maior manifestou-se através da psicofonia de Divaldo, articulando a mensagem de Bezerra de Menezes, toda ela um convite à superação pessoal através do amor, num mundo que passando por tribulações, precisa de alcançar a verdadeira fraternidade, a única capaz de unir os homens.
Após esta tão importante mensagem, faltavam apenas as despedidas que ocorreram em apoteose, com toda a organização a ser aplaudida de pé pelos congressistas ao som do “Hino à Alegria” que por essa altura Maurício Virgens cantava ininterruptamente, em diferentes idiomas e ilustrado pelo vídeo de encerramento produzido pelo jovem Hugo Marques.
Últimas palavras (emocionadas) de agradecimento do presidente da Federação Espírita Portuguesa. Um misto de saudades e de dever cumprido inundava a maioria dos corações. Abraços, sorrisos, olhos inundados de lágrimas temperavam o afeto dos corações unidos pela mensagem do amor…
Até breve diziam uns aos outros.
Até ao 9º Congresso Espírita Mundial, dizemos nós!